Laguna, SC: 350 anos de um palco de eventos históricos à beira do mar
O local:
Conforme o dito popular, "uma andorinha só não faz verão". Seguindo esta máxima, talvez não só com sol e areia que se faça um bom veraneio. Levando-se em conta esta ideia, fomos em busca de um destino pitoresco do litoral catarinense, seja pelas suas belas praias, seja pela sua importância histórica e casario com arquitetura característica, algo que lhe rendeu o título de patrimônio histórico.
Dotado de belas praias e de um vasto patrimônio histórico e cultural, o município de Laguna, no litoral sul de Santa Catarina, é um verdadeiro museu a céu aberto e melhor, à beira mar!
A região onde hoje é o município de Laguna começou a ser povoada na segunda metade do século XVII pelo pioneiro, o bandeirante Domingos de Brito Peixoto. Poucos anos depois, em 1720, a então vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, foi elevada ao status de município, sendo uma das cidades mais antigas da região sul do Brasil.
Embora não seja o lugar mais badalado do litoral catarinense, caminhar pelas ruas estreitas e rodeadas de casas coloridas de Laguna, com arquitetura portuguesa do século XVIII, embalado pela maresia e pelas belas paisagens, é uma experiência magnífica!
Laguna foi palco de um dos episódios mais dramáticos e representativos da Revolução Farroupilha: a invasão da cidade pelas tropas republicanas (Farroupilhas). Na ocasião, a invasão foi realizada em duas frentes: por terra, sob o comando de David Canabarro e Joaquim Teixeira Nunes e pela água, sob o comando de Giuseppe Garibaldi, capitão italiano exilado no novo mundo. Neste episódio, ele acaba conhecendo Ana Maria de Jesus Ribeiro, popularmente conhecida como Anita, uma das principais personagens da revolução que acabaria se tornando heroína. Com a derrota das tropas imperiais que ali se instalavam, a então Província de Santa Catarina foi proclamada independente, sob o nome de República Juliana e cuja capital era Laguna, situação que durou pouquíssimo tempo. Após o ingresso de novas tropas imperiais e uma sangrenta batalha para a retomada da cidade, houve a derrota dos farroupilhas e o retorno do território como Província de Santa Catarina. Os farroupilhas retiraram-se para a Província de São Pedro (Rio Grande do Sul) e Giuseppe trouxe consigo sua nova esposa e companheira de batalhas, Anita, conhecida como Heroína dos Dois Mundos, com quem viria a formar sua família.
São cerca de 350 anos de história, contados pela arquitetura, pelos museus, pelos simpáticos moradores locais e pela própria terra dos Sambaquis (depósitos de conchas). Hoje, com cerca de 45 mil habitantes, é uma cidade cuja economia baseia-se na pesca, comércio e serviços, além do turismo.
Dotado de belas praias e de um vasto patrimônio histórico e cultural, o município de Laguna, no litoral sul de Santa Catarina, é um verdadeiro museu a céu aberto e melhor, à beira mar!
A região onde hoje é o município de Laguna começou a ser povoada na segunda metade do século XVII pelo pioneiro, o bandeirante Domingos de Brito Peixoto. Poucos anos depois, em 1720, a então vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, foi elevada ao status de município, sendo uma das cidades mais antigas da região sul do Brasil.
Embora não seja o lugar mais badalado do litoral catarinense, caminhar pelas ruas estreitas e rodeadas de casas coloridas de Laguna, com arquitetura portuguesa do século XVIII, embalado pela maresia e pelas belas paisagens, é uma experiência magnífica!
Laguna foi palco de um dos episódios mais dramáticos e representativos da Revolução Farroupilha: a invasão da cidade pelas tropas republicanas (Farroupilhas). Na ocasião, a invasão foi realizada em duas frentes: por terra, sob o comando de David Canabarro e Joaquim Teixeira Nunes e pela água, sob o comando de Giuseppe Garibaldi, capitão italiano exilado no novo mundo. Neste episódio, ele acaba conhecendo Ana Maria de Jesus Ribeiro, popularmente conhecida como Anita, uma das principais personagens da revolução que acabaria se tornando heroína. Com a derrota das tropas imperiais que ali se instalavam, a então Província de Santa Catarina foi proclamada independente, sob o nome de República Juliana e cuja capital era Laguna, situação que durou pouquíssimo tempo. Após o ingresso de novas tropas imperiais e uma sangrenta batalha para a retomada da cidade, houve a derrota dos farroupilhas e o retorno do território como Província de Santa Catarina. Os farroupilhas retiraram-se para a Província de São Pedro (Rio Grande do Sul) e Giuseppe trouxe consigo sua nova esposa e companheira de batalhas, Anita, conhecida como Heroína dos Dois Mundos, com quem viria a formar sua família.
São cerca de 350 anos de história, contados pela arquitetura, pelos museus, pelos simpáticos moradores locais e pela própria terra dos Sambaquis (depósitos de conchas). Hoje, com cerca de 45 mil habitantes, é uma cidade cuja economia baseia-se na pesca, comércio e serviços, além do turismo.
Onde fica:
Laguna localiza-se em uma faixa de terra compreendida entre o Oceano Atlântico e a Lagoa do Imaruí. Seu principal acesso se dá pela BR-101, uma das rodovias federais mais importantes do país por percorrê-lo do Sul ao Nordeste. Na saída 312, entroncamento com a Avenida Calistrato Müller Salles, usar a pista mais à direita para sair da rodovia e acessar a cidade. Ver detalhes
O que fazer:
Entrando na cidade, o Centro Histórico de Laguna inicia com um monumento simbólico, ao lado da estação rodoviária. O marco onde iniciava o Tratado de Tordesilhas, tratado assinado em 1494 entre o Reino de Portugal e a Coroa Castela e que dividia as terras descobertas e a serem descobertas do novo mundo. A linha divisória imaginária ficava a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, sendo que Portugal ficaria com as terras descobertas e a descobrir a leste da linha, enquanto que a Coroa Castela ficaria com o que ficasse a oeste. O ponto continental no extremo sul desta linha imaginária passava exatamente onde hoje é o centro de Laguna. Como as terras do novo mundo não eram conhecidas, Portugal, não estando satisfeito com o resultado da divisão, acabou propondo outras divisões, porém, ocupou as terras ao seu bel prazer, sem novos tratados, o que resultou em algumas das fronteiras existentes atualmente.
As charmosas ruas estreitas do Centro Histórico dão ao local um ar nostálgico.
O Museu Anita Garibaldi, junto ao Centro Histórico, que já foi sede da Câmara de Vereadores no século XVIII, foi erguido em 1735 com pedras, areia, cal, argila e conchas trituradas, retiradas dos sambaquis. Possui um belo acervo que conta uma parte da história do Brasil, desde a guerra até a origem da imprensa local. Em frente ao museu, o monumento em homenagem à Heroína dos Dois Mundos.
O acesso ao Museu Anita Garibaldi custa R$6,00. Professores e estudantes pagam meia entrada. Já na entrada, o acervo retrata a história das guerras que forjaram a região Sul do Brasil. São dois pavimentos contendo desde utensílios do dia a dia até fragmentos de embarcações. O museu funciona de terça a domingo, das 10:00 às 18:00.
Seguindo o passeio por entre as ruas estreitas do Centro Histórico, chegamos a esta bela edificação, perfeitamente restaurada. Nela, funciona um laboratório.
A Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos leva o nome do padroeiro da cidade e teve sua construção realizada em etapas. A primeira, em 1696, pouco depois da iniciação do povoamento no local, hoje constitui o altar-mor. A cúpula principal teve sua construção concluída em 1738. A igreja, toda construída em blocos de pedra argamassados por um composto de areia, cal, argila e óleo de peixe, ainda ganhou suas torres em 1894 e o relógio em 1935.
Suas paredes possuem espessura de 80 centímetros. A arquitetura parte do Barroco ao Jesuítico, tendo também influência dos tempos românticos do norte de Portugal.
Há cerca de 3 quadras da Igreja Matriz, na Avenida Professora Júlia Nascimento, encontra-se a Fonte da Carioca, uma fonte de água mineral construída em 1863. Trata-se de uma fonte de água potável frequentada diariamente por moradores locais e turistas, que vão em busca de sua água pura, chegando a fazer fila para abastecer seus recipientes. A água de lençol freático profundo, entre as pedras, é distribuída em várias torneiras e sai fresquinha, contrastando com o calor do dia. Segundo informações, a companhia de abastecimento de Santa Catarina (CASAN) realiza constantes análises, atestando a qualidade da água. Segundo relatos de moradores locais, quem bebe desta água acaba se apaixonando e sempre volta à cidade. Admito que bebemos da água refrescante da Fonte da Carioca e ficamos com vontade de voltar!
Já os Molhes da Barra, onde a Lagoa do Imaruí encontra o Oceano Atlântico, é uma estrutura impressionante, principalmente se vista de cima!
Os molhes possuem uma estrada que, embora estreita, pode ser percorrida de carro até a ponta. Ao final, há um espaço para manobrar junto a um mirante e um farol. Eventualmente, botos e baleias podem ser avistados neste ponto.
À esquerda, a Lagoa do Imaruí, à direita, as águas salgadas do Oceano Atlântico. Entre elas, uma estrutura com rochas, areia e quebra-mar. Este local é bastante procurado por pescadores. Do outro lado da lagoa, junto à outra ponta dos molhes, há uma rota gastronômica com diversos restaurantes que servem frutos do mar. O acesso se dá pela balsa e depois pela SC-100, caminho que também leva ao Farol de Santa Marta.
Também próximo ao centro encontra-se o Mirante Morro da Glória, um local com vista impressionante da cidade. O mirante conta com uma estrutura com deck, que garante a segurança dos visitantes.
A imagem de Nossa Senhora da Glória fica na parte mais alta do morro.
Com 126 metros de altitude, trata-se do ponto mais alto da cidade. Dali, avista-se as docas do antigo porto, o Centro Histórico, uma parte da Praia do Mar Grosso e até os Molhes da Barra.
Um ótimo lugar para estar ao entardecer!
Na manhã seguinte, seguimos com nosso passeio pela cidade, quando passamos pelas docas e presenciamos esta cena incrível. São centenas de biguás, aves aquáticas comuns no litoral das Américas do Sul, Central e Norte.
A mancha negra contrastava com o azul da água e chamava a atenção de quem ali passava.
O Nannopterium brasilianus não é uma ave migratória e nem sempre fica em grandes grupos. Permanece próximo à costa ou locais em que haja grandes corpos hídricos. Alimenta-se de peixes e crustáceos, sendo que para pescar, a ave mergulha e permanece vários minutos submersa. Presenciar o balé dos biguás foi uma das experiências mais incríveis que tivemos em nosso passeio!
Entre idas e vindas, algumas paradas para um banho de mar, enfim paramos para contemplar a bela ponte estaiada da BR-101.
A Ponte Anita Garibaldi é uma das maiores pontes do Brasil e foi concluída em 2015, para aliviar o acúmulo de veículos e melhorar o tráfego da BR-101 na região.
É uma estrutura imponente e, por isso, um dos cartões postais da cidade de Laguna. Não por acaso, recebeu o nome da personagem mais ilustre da cidade.
Antes dela, o tráfego se afunilava em uma via de pista simples, tornando-se caótico, principalmente durante o veraneio. A nova ponte, mais moderna e de pista dupla, resolveu o problema. A antiga ponte, agora pertencente à estrada lateral, segue sendo utilizada e é um ótimo local para se observar a Ponte Anita Garibaldi.
Enfim, o litoral catarinense é cheio de surpresas, praias paradisíacas e histórias incríveis. Laguna possui praias para todos os gostos, desde as mais calmas e quase desertas, como Ypuã, Gravatá e Galheta, até as mais conhecidas, como Mar Grosso, Gi e Farol de Santa Marta. Todas elas com atrativos de sobra para um ótimo passeio de férias ou de final de semana!
Não posso deixar de fazer menção e agradecer pelo excelente atendimento da equipe da Pousada Moinho Bacana, um local acolhedor às margens da BR-101, há cerca de 15 quilômetros do centro de Laguna, onde ficamos hospedados.
Não visitamos a Casa de Anita Garibaldi, pois encontrava-se em reformas, cercado de tapumes, sob a supervisão do IPHAN. Em breve, a visitação na casa será liberada. Outro local visitado foi o Farol de Santa Marta, local que ganhará matéria específica.
Para quem gosta de sol e mar, mas também de história, cultura, gastronomia com frutos do mar e ecoturismo, Laguna é um destino turístico completo e mesmo para os que conhecem, a cidade pode reservar belas surpresas!
Acesse nossa página no Facebook e confira mais fotos e fatos deste e de outros lugares incríveis da nossa região!
Até a próxima!
Não visitamos a Casa de Anita Garibaldi, pois encontrava-se em reformas, cercado de tapumes, sob a supervisão do IPHAN. Em breve, a visitação na casa será liberada. Outro local visitado foi o Farol de Santa Marta, local que ganhará matéria específica.
Para quem gosta de sol e mar, mas também de história, cultura, gastronomia com frutos do mar e ecoturismo, Laguna é um destino turístico completo e mesmo para os que conhecem, a cidade pode reservar belas surpresas!
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Até a próxima!
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