Pelo interior de Farroupilha - Desvio Blauth e Vila Rica: histórias e memórias

O local:

O interior de Farroupilha reserva algumas surpresas. Surpresas que não ficam somente por conta de paisagens rurais ou naturais. Afinal, em um município com forte influência europeia, a gastronomia e a religiosidade hão de se fazer presentes, além das histórias e das memórias.

A localidade de Desvio Blauth, entre Farroupilha e Garibaldi, é a única da cidade que foi colonizada por imigrantes germânicos. Ganhou o nome de seu primeiro morador, Carlos Blauth, que aqui se estabeleceu em 1910. Pertence a Nova Sardenha, Terceiro Distrito de Farroupilha. Até soa estranho, uma comunidade com forte influência germânica dentro de um distrito que tem nome importado da Itália. Passar em frente ao salão da comunidade, com sua arquitetura característica e ver o anúncio do tradicional Baile de Kerb, é um convite para desfrutar de sua hospitalidade.

Já a comunidade de Vila Rica, localizada na divisa entre Farroupilha e Garibaldi, também no distrito de Nova Sardenha, é um pequeno vilarejo, com características típicas italianas. Um local onde a predomina a agricultura familiar, voltada para a produção de frutas de época, como pêssegos, ameixas e uvas, além da pecuária. Um local calmo, mas cheio de histórias, contadas alegremente, por seus habitantes.

Onde fica:

A comunidade de Desvio Blauth localiza-se às margens da VRS-813, uma das rodovias que ligam Farroupilha e Garibaldi, na Serra Gaúcha. Ver detalhes
Vila Rica localiza-se na divisa entre os dois municípios e seu acesso, nas proximidades do Km 11 da rodovia, ou 4 quilômetros após o Desvio Blauth. O acesso é pavimentado e sinalizado. Ver detalhes

O que fazer:

Nosso roteiro começa em Vila Rica, que faz parte do roteiro Histórias e Memórias. O roteiro visa resgatar e valorizar elementos da região, associando costumes a belas paisagens do interior. 

Na pacata comunidade,  encontra-se a Adega Chesini, uma vinícola familiar inaugurada em 1960, mas com uma história e tradição na elaboração de vinhos que vem de antes, do início do século XX, com Augusto Chesini, italiano da região do Vêneto. A arte de produzir vinhos, que iniciou apenas para consumo próprio e da família, passou a ser utilizada para a comercialização, em 1960. 

Ao chegarmos, as primeiras impressões ficaram por conta do cordial atendimento e do piso transparente, evidenciando rolhas de cortiça. Um capricho que só não é mais elegante do que a própria adega, a qual apresenta rótulos variados de vinhos, sucos, espumantes e grapas.

A rusticidade faz um bom casamento com elementos modernos de decoração.

Em seu portfólio, alguns produtos de linha premium, como este brendy, bebida resultante da destilação do vinho, com teor alcoólico em torno de 40%. Mas o produto que mais chamou nossa atenção foi um vinho licoroso, próprio para uso em missas, exclusividade da Chesini. Um verdadeiro encontro da fé com a tradição. O vinho licoroso, que lembra um pouco um vinho do Porto, é resultante de um processo de fermentação que inicia ainda em contato com as cascas das uvas, sendo que depois de 24 horas, o suco e cascas são separados e a fermentação continua. Além de ser utilizado em missas, este vinho é ótimo para degustar como aperitivo ou juntamente com doces. Deguste com moderação, pois seu teor alcoólico é de 16%, sendo que o de outros vinhos é, em média, de 12%.

Conhecendo um pouco mais sobre a vinícola, chegamos a esta barrica de 82 mil litros de capacidade, tão grande que se fosse abastecido por caminhões pipa, precisaria de 10 caminhões para enchê-lo.

Estes são os vinhos de reserva especial e não estão a venda.

Os espumantes brut são elaborados pelo método champenoise,  processo semi-artesanal que emprega a fermentação na própria garrafa, garantindo sabor e aroma incríveis.

A visitação requer agendamento. A vinícola também conta com espaço enogastronômico e aceita reservas para eventos.

Tudo em um espaço rústico e bem acolhedor.

Há um local especial para guardar e expor todos os prêmios de excelência recebidos.

E também um memorial da família Chesini.

Do lado de fora, em frente ao varejo e ao lado de uma roda d'água, um monumento faz a homenagem aos idealizadores da vinícola.

Fica nosso agradecimento à equipe da Adega Chesini, pelo cordial atendimento! Para mais informações sobre produtos e visitação, acesse o site www.adegachesini.com.br ou entre em contato pelo telefone (54)3462-2357. A adega funciona de segunda a sexta, das 08:00 às 11:30 e das 13:15 às 17:30. Aos sábados, o funcionamento é das 09:00 às 16:00.

Para encerrar o passeio, uma boa opção é parar na Estação Café Blauth, degustar uma boa cerveja artesanal e um delicioso apfelstrudel, tudo embalado pelo bom e velho Rock'n Roll! A vista ali é inspiradora, excelente para um final de tarde!

O lago, visível da Estação Café Blauth, pertence ao Pesque e Pague Mützenberg, um local para os pescadores de final de semana e também para quem busca um local de lazer em contato com a natureza. O parque conta com área de camping, quiosques com churrasqueira, banheiros, bar e lanchonete, além da natureza exuberante. Para mais informações sobre horário de funcionamento e valor da entrada, acesse o site www.fuiacampar.com.br/mutzemberg-pague-pesque-e-lazer/.
Outra atração da comunidade de Desvio Blauth é a Blauth Bier Cervejaria, que associa o ambiente agradável de um Pub a ótimas cervejas artesanais e música ao vivo.
O Roteiro Histórias e Memórias também conta com uma ferraria histórica, localizada na comunidade de Mundo Novo, além de algumas propriedades rurais da região e da bela cascata do Salto Ventoso, na comunidade de Linha Müller, há cerca de 10 quilômetros do Desvio Blauth.
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Até a próxima!


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