Criando Casca
O local:
Casca é um pequeno município, de cerca de 10 mil habitantes, localizado no norte do Rio Grande do Sul. Devo admitir que passamos pela cidade com frequência, mas ainda não havíamos reparado em alguns tesouros escondidos, principalmente no interior do município. Isso por não se tratar de um destino turístico muito difundido ou badalado.
Uma cidadezinha simpática e tranquila, colonizada principalmente por descendentes de italianos, provenientes, em sua maioria, da região do Vêneto, os quais contribuíram substancialmente para a construção da identidade local. Seu curioso nome tem como origem mais provável a passagem de cavaleiros, durante a Revolução de 1923. No riacho próximo à cidade, haviam pedras muito lisas, que levavam os cavaleiros e carroceiros à queda. Cair, no dialeto italiano, traduz-se como "cascar". Desta forma, o arroio próximo foi denominado de Arroio Casca.
Casca situa-se em uma região de transição entre a Serra e o Planalto Médio, por isso, possui paisagens que mesclam as coxilhas cobertas de soja e milho, típicas do norte do estado, com áreas montanhosas e cultivos de vinhedos, características serranas. Sua principal atividade econômica é a agricultura, mais precisamente, as pequenas propriedades rurais.
Mas não são só as paisagens que tornam este local encantador. Algumas singelas e acolhedoras comunidades do interior complementam o panorama, como a Vila Histórica de Evangelista, que ostenta alguns casarões centenários. Além disso, a simplicidade e hospitalidade de seus habitantes é outro ponto positivo da cidade.
Onde fica:
Como já foi citado, Casca localiza-se no norte do Rio Grande do Sul, há 230 quilômetros de Porto Alegre. Faz parte da região que tem Passo Fundo como cidade referência. Suas principais rodovias de acesso são a RS-324, rodovia que liga a Serra Gaúcha à região de Planalto Médio e a RS-129, rodovia que inicia no Vale do Taquari e também segue para o norte. Ver detalhes
O que fazer:
Ao trafegar pela RS-129, no sentido ao norte, pouco depois de passar pela cidade de Serafina Corrêa, uma placa marrom, em uma baixada, já indica a presença de atrações turísticas. O acesso à direita, pela Rua Graça Aranha, uma rua revestida de paralelepípedos, com cerca de 5 quilômetros, conduz até Evangelista, uma comunidade rural que tem como principal característica a presença de casarões antigos, a maioria deles de madeira, influência dos povos italianos que colonizaram o local.
Ao lado do casarão da esquina, uma antiga bomba de combustível é cuidadosamente zelada por seu proprietário e ornamenta o local, criando um ar saudosista. Assim, os encontros de carros antigos realizados na comunidade ganham um charme a mais.
Os casarões de madeira desafiam o tempo, sem disfarçar sua idade.
A pequena Igreja Santo Antônio, um dos símbolos da comunidade, tem à sua frente a bela Praça da República.
A igreja, que de longe parece simples, mostra belíssimos traços arquitetônicos em seu interior.
Ao lado da Praça da República e do salão da comunidade, há este memorial em forma de arco, homenagem ao soldado Ângelo Pelinson, que viveu em Evangelista, filho de agricultores da região, e que lutou na Segunda Guerra Mundial, junto à Força Expedicionária Brasileira.
Atrás do memorial, inicia uma trilha, que possui até iluminação e conduz até a Gruta.
A Gruta é um local preparado para celebrações religiosas, com altar e bancos, isto em meio à mata. Ao lado do altar há uma pequena cascata.
Avançando para o interior da vila, vamos encontrando mais casas históricas, construídas no início do século XX.
Seguindo pela Rua Progresso e depois, mais 10 quilômetros por uma estradinha de chão, em meio à lavouras de soja e milho, chegamos a este local, ornamentado com ciprestes e que mais parece um cenário de filme de época.
A igrejinha de madeira é réplica da antiga igreja que existiu no início da colonização da região.
A edificação que mais chama a atenção ali é esta bela casa de pedras rústicas, o Museu Luigi Pinzetta, que conta a história da família Pinzetta e de outras famílias que também vieram da Itália e se estabeleceram no Sul do Brasil. A casa é réplica fiel da casa original de Luigi Pinzetta, patriarca da família, que se estabeleceu na região do Vale do Rio das Antas, em Bento Gonçalves.
O museu conta com mais de 500 peças, a maioria utensílios utilizados pelos imigrantes italianos. Todas muito bem preservadas.
O pequeno espaço foi suficiente para armazenar esta moenda, que funcionava com braços de alavanca e tração animal.
Ao lado do Museu Luigi Pinzetta, a Casa do Imigrante Luigi Pinzetta é outra atração do local. Um casarão de madeira, também construído fielmente como as antigas casas de madeira dos imigrantes italianos.
Em seu interior, foram montados diversos ambientes curiosos, como este bar, ou bodega, como diziam os italianos.
A adega e os móveis de madeira rústica dão o charme e o apelo colonial.
Até as pipas foram utilizadas como parte integrante da mobília.
O entorno da casa é marcado pela paisagem rural.
Um dos ambientes da casa remonta as antigas cozinhas, com seus utensílios e os chapéus de palha pendurados na parede.
As pias de antigamente eram caixas de madeira com uma leve inclinação para o lado da parede, onde era feito um furo para escoar a água da lavagem das louças, talheres e panelas para fora da casa.
Retratar um ambiente de imigrantes italianos é retratar o trabalho. A máquina de costura da Nona e o chapéu do Nono ir à roça são exemplos clássicos.
Em frente à casa, a Família Pinzetta também guarda seus antigos implementos agrícolas. Todos muito bem preservados.
Para visitar o Museu Luigi Pinzetta, é necessário agendar através do telefone (54)99994-8932, ou chamar na casa da frente. Agradecemos à família Pinzetta pela cordial recepção e atendimento.
Para visitar o Museu Luigi Pinzetta, é necessário agendar através do telefone (54)99994-8932, ou chamar na casa da frente. Agradecemos à família Pinzetta pela cordial recepção e atendimento.
Se o seu passeio encerrar à tardinha, uma ótima opção para complementá-lo é o restaurante da Vinícola Don Abel, que serve pizzas a la carte de quartas a sábados, a partir das 19 horas. Tudo regado a ótimos vinhos!
A partir desta visita, realmente passamos a observar esta simpática cidade do norte do estado com outros olhos, além de acreditar em seu potencial turístico.
Enfim, construir história requer tempo e trabalho árduo, coisas que não apenas dignificavam o homem, mas davam-lhe o sustento e ainda, com o perdão do trocadilho e utilizando uma expressão bem contemporânea, faziam-lhes "criar Casca"!
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Até a próxima!
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