Turismo "4 em 1" em Antônio Prado, RS
O local:
A pequena cidade de Antônio Prado, na Serra Gaúcha, é grande, quando observada sob a óptica da quantidade de atrações turísticas. Tanto que recebe turistas de diversos lugares do mundo e com 4 objetivos distintos: o turismo cultural, religioso, gastronômico e rural. É só passear pelas ruas do Centro Histórico para maravilhar-se com um verdadeiro museu a céu aberto. Um conjunto arquitetônico com 48 edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN. Os velhos casarões de madeira e pedra, alguns em alvenaria, construídos no final do século XIX e início do século XX, mesmo sendo patrimônio histórico nacional, seguem cumprindo seu papel de sede de estabelecimentos comerciais e misturam-se às demais edificações, dando à cidade uma beleza ímpar. Trata-se do maior conjunto de casas de imigrantes italianos no Brasil.
Além disso, a cidade possui atrações e eventos gastronômicos e religiosos, além de ótimos cafés coloniais, restaurantes, cantinas, vinícolas. No interior do município, pousadas oferecem o que há de melhor em turismo rural: contato com a vida no campo e ótima culinária típica italiana.
Para entender o motivo da existência e o estado de conservação do conjunto de casarões que compõe o centro histórico, é necessário conhecer o passado desta região. No final do século XIX, Antônio Prado era uma comunidade próspera, pois uma das principais estradas estaduais na época, a Estrada Júlio de Castilhos, passava em seu centro. Sendo caminho para viajantes que partiam de Porto Alegre e do Sul do Estado, em direção a Santa Catarina, Paraná e São Paulo, o comércio da comunidade era próspero. Tanto que sua emancipação ocorreu no ano de 1899. Entretanto, para chegar a Antônio Prado, era necessário atravessar o Rio das Antas por uma balsa pequena, lenta e que não podia operar em época de enchentes. A ponte, que era um sonho da comunidade local, foi construída entre Caxias do Sul e Vacaria, para a passagem dos tropeiros: a Ponte do Korf.
A precariedade das rodovias do Sul do país obrigou governo da época a construir uma rodovia federal, a BR-116, que corta o estado de norte a sul, porém, passando pela cidade vizinha: São Marcos. Como era muito mais moderna e contava com uma ponte sobre o Rio das antas, a rodovia passou a ser largamente utilizada. Já a velha Estrada Júlio de Castilhos, sem pavimento e com balças, foi aposentada. Antônio Prado ficou quase isolada por muitos anos, até a construção da RS-122. Este isolamento é o principal responsável pela sobrevivência dos casarões, que não foram demolidas para dar lugar a edificações mais modernas, a exemplo do que ocorreu nas cidades vizinhas (adaptado do fôlder Memória e Preservação: Antônio Prado, 2016).
Onde fica:
Antônio Prado fica há 185 quilômetros da capital. O principal acesso à cidade é a RS-122, tanto para quem vem de Vacaria, quanto para quem vem de Caxias do Sul ou Flores da Cunha. De Nova Roma do Sul, o acesso se dá pela RS-448 e RS-437, uma rodovia sem pavimentação e em condições regulares para o tráfego. De Veranópolis, também utiliza-se a RS-437.
O trecho de serra, na RS-122, entre Flores da Cunha e Antônio Prado é muito bonito, mas requer atenção. Trata-se de um trecho sinuoso em que seguidamente ocorrem acidentes, principalmente envolvendo caminhões. Ver detalhes
O que fazer:
Antes de chegarmos a Antônio Prado, fizemos uma pausa para admirar a paisagem no Vale do Rio das Antas. Sobre a ponte, a visão é magnífica.
Alguns quilômetros, subindo a serra, há alguns mirantes que dão ao visitante uma visão panorâmica do vale.
O charmoso pórtico da cidade, construído em pedra e madeira, dá boas vindas aos turistas em italiano, além de introduzir um aspecto rústico.
Seguindo pela Avenida Valdomiro Bochese, no centro da cidade, começam a aparecer os primeiros casarões de madeira. No quarteirão em frente à igreja matriz, há uma bela praça, ornamentada por árvores e esta roda d'água em miniatura. Esta, por sua vez, é rodeada pelos casarões antigos do Centro Histórico.
Ao lado da praça, na Rua Luísa Bochese, todas as edificações são históricas. Os casarões são catalogados e identificados por placas metálicas, as quais são posicionadas nas fachadas e trazem, dentre outras informações, o ano de construção e a família que a construiu.
O casarão amarelo, um dos mais belos da rua, é sede do Museu Municipal, Centro Histórico e Artístico Nacional. A Casa da Neni e Centro Cultural Padre Schio foi a primeira a ser tombada e encontra-se registrada no livro tombo de Belas Artes.
No andar térreo do museu, um balcão, disposto de forma a parecer uma mercearia do início do século passado, expõe objetos antigos, todos doados pela comunidade. Ao assinarmos o livro de visitas, reparamos que o local recebe visitantes do mundo inteiro. Uruguaios, argentinos e canadenses haviam visitado o museu, recentemente.
A velha caixa registradora cumpriu sua função durante anos e agora é atração do museu.
Objetos antigos, utilizados pelas famílias de imigrantes italianos, também marcam presença. Não podia faltar a pipa, utilizada para armazenar o vinho. Depois da expansão do uso do vidro, elas foram aposentadas.
No quintal do museu, uma carroça e uma trilhadeira complementam o ambiente nostálgico.
O prédio que sediou a intendência, hoje é sede da prefeitura.
Na cidade, também há edificações em fase de restauração, como este, construído em alvenaria.
A Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus é uma das 48 edificações tombadas como patrimônio histórico.
No casarão da esquina funciona um café colonial.
Não pude me conter e saí pela Avenida Valdomiro Bochese, admirando os imponentes casarões, enquanto as crianças se divertiam na pracinha.
Subindo pela Avenida dos Imigrantes, até o seu final, a Escadaria da Fé dá acesso a um dos pontos turísticos da cidade: a Gruta Natural, visitada por fiéis ou por quem busca apenas um lugar bonito e tranquilo, à sombra das árvores. A gruta abriga a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira do município.
Acima da Gruta Natural, uma trilha dá acesso a um antigo campanário de madeira.
Descendo pela Avenida dos Imigrantes, ela dará acesso à Estrada Protásio Alves, antiga estrada para Flores da Cunha e Caxias do Sul. Embora seja uma estrada sem pavimentação, ela é bem zelada e proporciona paisagens como a do vale onde onde funciona um restaurante panorâmico. O Restaurante do Vale é uma das atrações de Antônio Prado. Além das atrações históricas, naturais, gastronômicas e religiosas, Antônio Prado conta com diversas vinícolas, cafés coloniais, pousadas rurais, além de diversos outros restaurantes, do Moinho Colonial e da Ferraria, datada do ano de 1900, ao longo da mesma rota.
Nos vales, videiras dividem o espaço com outras culturas e também com a mata nativa, fazendo parecer que as montanhas estão cobertas por um cobertor verde, com diferentes tons.
Nos vales, videiras dividem o espaço com outras culturas e também com a mata nativa, fazendo parecer que as montanhas estão cobertas por um cobertor verde, com diferentes tons.
Já a Cascata da Usina, às margens da Estrada Júlio de Castilhos, encontra-se temporariamente inacessível.
Enfim, uma cidade com a quantidade de atrações como esta não pode ser mostrada em apenas um post. Certamente, voltaremos a este local incrível para mostrar outras atrações.
Para saber mais sobre turismo em Antônio Prado, acesse a página oficial da Prefeitura: http://www.antonioprado.com.br/atrativos.php?row=0. No site, há uma relação das vinícolas que recebem visitação.
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