Parque Estadual do Turvo: Derrubadas, RS
O local:
Yucumã, palavra que deriva da expressão Guarani moconá, que significa "que tudo engole", é um termo perfeito para designar uma queda d'água de cerca de 1,8 quilômetro de largura. É a maior cascata longitudinal do mundo. Localizada no Parque Estadual do Turvo, no município de Derrubadas, que faz fronteira fluvial com a província de Missiones, na Argentina, o Salto do Yucumã é uma das mais importantes maravilhas naturais do Rio Grande do Sul e dá a este trecho do Rio Uruguai uma característica ímpar.O Parque Estadual do Turvo, com área de 17.491,4 hectares, foi o primeiro a ser instituído por lei no Estado, em 1947. Representa um dos últimos refúgios naturais de espécies como a onça pintada e a harpia, no sul do país.
Derrubadas é uma pequena cidade, com menos de 5 mil habitantes, cuja atividade econômica principal é a agricultura, mais precisamente, a cultura de milho e soja. Trata-se de um município jovem, emancipado em 1992. Além da divisa fluvial com a Argentina, também faz fronteira com o estado de Santa Catarina.
Onde fica:
Derrubadas fica na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, na fronteira com a Argentina. Como viemos de Ametista do Sul, utilizamos a RS-591, até Frederico Westphalen; depois, a BR-158 até o entroncamento com a RS-472, que dá acesso a Palmitinho e Tenente Portela. A partir dali, são mais 18 quilômetros pela RS-330, uma rodovia pavimentada e com sinalização razoável, até o pórtico da cidade. Para chegar ao Parque Estadual do Turvo, é necessário atravessar a pequena cidade, pela Avenida Pelotas e seguir por mais 4 quilômetros, por uma estrada pavimentada, até o pórtico de acesso. Ver detalhes
O que fazer:
A pacata cidade de Derrubadas possui belezas, tanto em sue perímetro urbano, quanto em seu interior. No centro, uma cascata artificial ornamenta a praça. As avenidas Pelotas e Porto Alegre, também no centro da cidade, são dotadas de canteiros centrais floridos. Um capricho.
A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em frente à praça, também mereceu nosso registro. Paramos para almoçar no Restaurante Salto do Yucumã, na Avenida Pelotas, que serve uma comida caseira, simples e bem caprichada.
Para ingressar no parque, há uma taxa de R$15,80, cobrada para veículos de passeio. Na entrada, são prestadas algumas informações importantes, recomendações e proibições. É importante ressaltar que não é permitido consumir bebidas alcoólicas nas dependências do parque.
Junto à sede administrativa, funciona o Centro de Visitantes, onde são expostos exemplares empalhados da biodiversidade local, além de contar com uma área de leitura, banheiros, vídeo e auditório. Mas este passeio, deixamos para depois. A nossa prioridade era chegar ao Salto do Yucumã.
A estrada que atravessa o parque não é pavimentada, mas possui boas condições para tráfego. Não é necessário ter um off road para chegar ao salto. Ao longo dos 15 quilômetros de estrada, distância que percorremos em cerca de meia hora, foi possível encontrar algumas espécies de mamíferos, répteis e aves nativas. Como alguns animais atravessam a estrada, é recomendado dirigir devagar e cuidadosamente, evitando parar na estrada (informação contida no fôlder).
No final do percurso de carro, há um estacionamento e uma área de lazer, dotada de quiosques com churrasqueiras e banheiros.
Da área de lazer, partem as duas principais trilhas do parque: a Trilha do Yucumã e a Trilha das Onças. Não se preocupe, não há registros de ataques de onças a humanos na reserva. Estes grandes felinos são bem tímidos, na presença do homem e dificilmente são flagrados nas trilhas durante o dia.
Seguimos pela Trilha do Yucumã, onde encontramos diversos lagartos e algumas formigas gigantes. Os animais pareciam estar de folga naquele dia e resolveram não aparecer.
Ao longo das trilhas, placas advertem sobre a proibição de retirar plantas nativas do parque, deixar lixo ou também matar animais.
Após percorrermos a trilha de 500 metros, para a nossa decepção, o Rio Uruguai estava muito cheio, cobrindo todo o salto. As frequentes chuvas do início do ano e a abertura das comportas da Usina Hidrelétricas Foz do Chapecó fizeram com que o rio subisse alguns metros acima de seu nível normal. O ronco produzido pela correnteza impressiona.
Então, voltamos ao Centro de Visitantes, na entrada do parque. Nele, podemos observar diversas espécies de aves e mamíferos da região
Embora seja uma área de preservação protegida por lei, o Parque Estadual do Turvo corre sério risco de ser parcialmente inundado. Caso os projetos das usinas hidrelétricas de Panambi e Garabi sejam concretizados, o nível do Rio Uruguai na região subiria cerca de 4 metros, cobrindo toda a área do Salto do Yucumã. Não há estudos técnicos que comprovem esta tese, entretanto, segundo relatos de habitantes locais, a Usina Foz do Chapecó alterou drasticamente o comportamento do rio, que pode sofrer alterações bruscas em seu nível e vasão em questão de horas.
O Parque Estadual do Turvo é aberto à visitação de quarta a domingo, das 8:00 às 16:30. É um ótimo destino, seja para a pesquisa, seja para o lazer. Antes de viajar, verifique as condições do rio, para não deixar de contemplar o Salto Yucumã, principal atração da região. O telefone da sede do parque é (55)3616-3006. Para mais informações sobre este local maravilhoso, acesse o site https://www.parquedoturvo.wordpress.com/.
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