Cambará do Sul, RS
O local:
Cambará do Sul é uma pequena cidade localizada na chamada Região dos Aparados da Serra, no extremo nordeste Rio Grande do Sul. Trata-se de uma região com altitudes médias acima de 1000 metros acima do nível do mar, com paisagens formadas por campos e matas de araucária. Mas não são os vastos campos ou o frio do inverno as únicas atrações desta bela região. Os cânios dos Aparados da Serra são formações geológicas impressionantes: fendas esculpidas em rocha vulcânica, com profundidades de até 1200 metros!
Onde fica
Em busca de uma das mais espetaculares paisagens do Rio Grande do Sul e do Brasil, seguimos pela RS-453 (Rota do Sol), até o trevo com a RS-020, na localidade de Tainhas. Depois, são mais 32 quilômetros até Cambará do Sul, em um trecho que instiga o visitante até pelo aroma de mel campeiro. Ver detalhes
O que fazer
Cerca de 2 quilômetros antes da cidade, paramos para fotografar o velho pórtico de madeira que dá as boas vindas aos visitantes. Ele resume a rusticidade, que dá à região um charmoso aspecto bucólico.
No centro da cidade, as casas antigas de madeira e os postes de iluminação da avenida com lâmpadas de mercúrio dão um toque colonial.
Depois de almoçarmos, seguimos pela RS-427, até o Parque Nacional dos Aparados da Serra. Só os primeiros metros da rodovia são asfaltados. Depois disso, são 18 quilômetros por uma estrada irregular, cheia de pedras soltas e que requer paciência dos motoristas, inclusive os que conduzem veículo off road. Para não causar desconforto com a trepidação, não passamos de 30 Km/h. Depois da primeira provação, a recompensa: as belezas do Cânion Itaimbezinho. Na sede do parque, o visitante dispõe de guias, que dão orientações sobre trilhas e funcionamento do parque. Nas trilhas mais extensas, somente é permitida a entrada de grupos acompanhados por guia, até as 15 horas, por questões de segurança.
Seguimos pela Trilha do Vértice, a mais curta e que permite visualizar até 80% do cânion. São cerca de 750 metros, contornando o seu vértice. Mirantes ao longo do trecho permitem ao visitante apreciar o belo cânion, cuja profundidade chega a 750 metros.
Um trecho da trilha do vértice possui calçada e lixeiras.
Nesta região, é comum ver árvores com seu tronco quase totalmente revestido por musgos. Moradores locais fazem piada, dizendo que os invernos são tão frios que até as árvores usam casaco!
O mirante do vértice é um dos que oferecem visão mais ampla do cânion.
No detalhe da foto, o vértice do cânion avança e invade a trilha.
A água do riacho é gelada até no verão. Ótimo para uma pausa e um refresco!
Do lado oposto, após passarmos pelo vértice, paramos para contemplar a bela Cachoeira Véu de Noiva.
Após a visita ao Cânion Itaimbezinho, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, voltamos para a cidade e seguimos pela Avenida Getúlio Vargas até a estrada de acesso ao Cânion Fortaleza. Do centro de Cambará do Sul até o cânion são cerca de 22 quilômetros, sendo que desses, 12 são asfaltados. Depois, são mais 10 quilômetros em uma estrada ruim e cheia de pedras. Prepare a paciência, pois não passávamos de 20 Km/h.
O horário limite para acesso ao Parque Nacional da Serra Geral é às 17:00. Na entrada do parque, uma placa adverte o visitante sobre a proibição de acampamentos e fogueiras. O esforço do caminho é recompensado quando chegamos ao majestoso cânion, uma fenda de pouco mais de 7,5 quilômetros de extensão.
Seguimos pela trilha do mirante, com extensão de cerca de 2,5 quilômetros. Recomendo portar uma garrafa com água. Ao longo da caminhada, pequenas pausas para admirar a paisagem.
Após 35 minutos de caminhada, chegamos ao topo do cânion. Deste ponto até o talvegue são cerca de 1200 metros de altura!
Altura que impressiona e impõe cautela.
Em um dia sem nuvens, até o litoral pode ser avistado dali.
Ficaríamos horas admirando esta maravilha da natureza, mas as nuvens começaram a roubar a cena.
Olhando para a direção do vértice, a noroeste do mirante, tem-se o ângulo mais bonito do cânion.
Antes das nuvens tomarem conta do cânion, ainda sobrou um tempo para admirar e fotografar a cachoeira.
Este gigantesco maciço rochoso, com idade estimada de 130 milhões de anos, é fruto de um dos maiores eventos vulcânicos do planeta. Evidências indicam que o evento geológico que originou os cânions dos Aparados da Serra foi o mesmo que dividiu o supercontinente (Gondwana) em dois continentes: América e África. Neste evento, o magma aflorou para a superfície por uma fenda na crosta terrestre, jorrando por centenas de anos.
No parque, existem outras trilhas, como a da Pedra do Segredo, a da Cascata do tigre preto e a dos Tropeiros. São trilhas extensas e com trechos íngremes, que demandam mais tempo para percorrê-las.
As nuvens decretaram o fim do nosso passeio.Antes de visitar os Cânions dos Aparados da Serra, consulte a previsão do tempo para a região. Há mais fotos deste e de outros passeios em nossa página no Facebook. Acesse www.facebook.com/viciadosemestrada, confira e comente.
Até a próxima!
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