Um mergulho na história da música gaúcha: Criúva - Caxias do Sul, RS
O local:
Criúva é uma localidade de Caxias do Sul, incrustado nos Campos de Cima da Serra. Sua história confunde-se com a história da música tradicionalista gaúcha. Esta é a terra dos Irmãos Bertussi, alguns dos precursores da música tradicionalista do Rio Grande do Sul.
Este belíssimo roteiro de campos, montes e fazendas, atualmente pertencente ao Município de Caxias do Sul e distante 60 quilômetros do centro da cidade, já foi distrito de São Francisco de Paula até meados da década de 50. A vila, criada por tropeiros e mercadores que partiam do sul no sentido a Vacaria e aos estados do Paraná e São Paulo, ainda mantém suas raízes, tendo como base econômica a criação de gado.
Onde fica:
O acesso principal a Criúva é asfaltado e inicia na Rodovia RS-453 (Rota do Sol), após o trevo de acesso a Vila Seca. Após sair da Rota do Sol, são cerca de 30 quilômetros por uma estrada municipal pavimentada e bem cuidada, além de ser um belíssimo roteiro. Uma alternativa para quem vem de Vacaria é entrar na cidade de São Marcos, ingressar na VRS-315. Ver detalhes
Depois, seguimos para Criúva. Um local que recebe bem seus visitantes. Da igreja de pedra aos canteiros floridos, o local é belo e tranquilo. Aqui, fizemos uma pausa para lanchar e tirar umas fotos. Assim como as demais localidades de Caxias do Sul, os habitantes de Criúva são predominantemente de origem italiana. A localidade promove todos os anos, nos meses de maio, a Festa do Divino Espírito Santo: um evento religioso que envolve, em sua programação, a cavalgada, jantar e show musical.
Depois da pausa para o lanche, para as crianças brincarem na pracinha da igreja e para as fotos, seguimos a viagem, sentido a Vacaria. O destino seguinte é a Ponte do Korff. Normalmente, uma simples ponte não há de ser considerada um atrativo turístico, entretanto, esta é especial. Trata-se de uma ponte centenária, a primeira construída sobre o Rio das Antas.
Esta é a antiga estrada para Vacaria. Ela não é pavimentada, mas está em boas condições para o tráfego e a sinalização é razoável, no que diz respeito a indicação dos pontos turísticos. O caminho é cheio de surpresas e de belezas.
Após alguns quilômetros, encontrarmos um mirante. Parada obrigatória para admirar a incrível paisagem! Dentre campos e fazendas, surge o Vale do Rio das Antas, que fica ainda mais belo ao final da tarde, com o pôr do sol.
Seguimos a viagem pela estradinha estreita, até avistarmos o Rio das Antas, na divisa dos municípios de Caxias do Sul e Campestre da Serra. Cerca de 2 quilômetros antes da ponte, há um antigo mirante de madeira, que permite uma bela visão do rio. Devo admitir que fiquei preocupado com a segurança, ao subir na plataforma do mirante, mas ele é resistente.
A descida requer cuidado com os animais, que circulam livremente na estrada. O gado parece não se importar em dividir a estrada com os veículos que passam. Em um momento, haviam diversos animais na estrada e tive que buzinar para dispersá-los e poder seguir em frente.
Ao terminar a descida do vale, após um sinuoso trecho de estrada, chegamos a Ponte do Korff. Trata-se da primeira ponte construída sobre o Rio das Antas e era utilizada pelos tropeiros que seguiam a Vacaria, no início do século XX. Sua conclusão foi no ano de 1907 e mantem até hoje suas características originais: piso de madeira, estrutura metálica e pilares de pedra. A estrutura metálica veio da Alemanha e as treliças são compostas por perfis fixados apenas por rebites. Não há parafusos. A Ponte do Korff é considerada Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul.
Antes de voltarmos à vila de Criúva, mais uma pausa para fotografarmos a pequena gruta localizada às margens da estrada. A escadinha de acesso é de madeira e é escorregadia. O local é visitado por fiéis, que deixam flores e acendem velas em frente à imagem da santa.
Voltando à Criúva, seguimos até a rótula e tomamos o caminho à esquerda. As placas indicam o caminho até a Cascata da Mulada e ao monumento aos Irmãos Bertussi. Neste trecho, a estrada não é pavimentada, mas está em boas condições e a sinalização de indicação dos pontos turísticos é razoável.
Cerca de 7 quilômetros depois, chegamos a uma capelinha e um acesso, ao lado esquerdo, para uma propriedade particular com um camping, onde está localizada a Cascata da Mulada, uma queda d'água com 70 metros de altura. Como era final de tarde, não fomos até o final da trilha. Mas a visão impressiona, mesmo de cima. Há trilhas que contornam a cascata e tornam o passeio ainda mais emocionante.
Cerca de 3 quilômetros adiante da cachoeira, chegamos à comunidade de São Jorge da Mulada, onde está localizado o monumento e a antiga casa de Fioravante Bertussi, pai dos dois irmãos cancioneiros. Não por acaso, o local foi tema de várias músicas dos irmãos. O local é realmente inspirador.
O Monumento aos Irmãos Bertussi, que fica próximo à casa da família Bertussi, é imponente, proporcional à contribuição deles para a música tradicionalista gaúcha. O monumento é composto por plataformas ligadas por escadas. Sobre a plataforma mais alta, as estátuas dos irmãos cancioneiros e um obelisco. O memorial é aberto à visitação, diariamente, no horário das 9 às 18 horas. A casa histórica, que utilizada como museu, é aberta de sexta a domingo.
Os irmãos, Honeyde e Adelar Bertussi são representantes da ascendência italiana na música tradicionalista gaúcha. Animaram muitos bailes durante sua trajetória. Desde 1955, marcaram época com letras que abordavam a lida de campo, as jornadas e a sua própria parceria, sempre em ritmo dançante. Dentre os sucessos da dupla que marcou época, Ôh de Casa, Sangue de Gaúcho, Cancioneiro das Coxilhas e O Casamento da Doralice se destacam, sempre com o toque italiano e gaúcho. Para saber mais sobre a história deles, acesse o site http://www.osbertussi.com.br/2016/#inicio.
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O que fazer:
Embora não seja muito conhecido, este roteiro impressiona pela beleza e pela quantidade de atrações turísticas. A sinalização indicativa dos pontos turísticos também é boa. A primeira parada, cerca de 10 quilômetros antes da vila, foi para contemplar o Cânion dos Palanquinhos. Uma fenda de 90 metros de profundidade, dentro de uma área de campo. Como é uma região ainda pouco movimentada, os visitantes são recepcionados apenas pelo gado que pasta no local. Por enquanto, não há sinalização nas bordas do cânion, portanto, recomendo cautela ao se aproximar para fotografar. Mesmo assim, a paisagem é exuberante! Há um córrego e uma pequena cachoeira que passa por entre os paredões, quebrando o silêncio com um agradável ruído.
Depois da pausa para o lanche, para as crianças brincarem na pracinha da igreja e para as fotos, seguimos a viagem, sentido a Vacaria. O destino seguinte é a Ponte do Korff. Normalmente, uma simples ponte não há de ser considerada um atrativo turístico, entretanto, esta é especial. Trata-se de uma ponte centenária, a primeira construída sobre o Rio das Antas.
Esta é a antiga estrada para Vacaria. Ela não é pavimentada, mas está em boas condições para o tráfego e a sinalização é razoável, no que diz respeito a indicação dos pontos turísticos. O caminho é cheio de surpresas e de belezas.
Após alguns quilômetros, encontrarmos um mirante. Parada obrigatória para admirar a incrível paisagem! Dentre campos e fazendas, surge o Vale do Rio das Antas, que fica ainda mais belo ao final da tarde, com o pôr do sol.
Seguimos a viagem pela estradinha estreita, até avistarmos o Rio das Antas, na divisa dos municípios de Caxias do Sul e Campestre da Serra. Cerca de 2 quilômetros antes da ponte, há um antigo mirante de madeira, que permite uma bela visão do rio. Devo admitir que fiquei preocupado com a segurança, ao subir na plataforma do mirante, mas ele é resistente.
A descida requer cuidado com os animais, que circulam livremente na estrada. O gado parece não se importar em dividir a estrada com os veículos que passam. Em um momento, haviam diversos animais na estrada e tive que buzinar para dispersá-los e poder seguir em frente.
Ao terminar a descida do vale, após um sinuoso trecho de estrada, chegamos a Ponte do Korff. Trata-se da primeira ponte construída sobre o Rio das Antas e era utilizada pelos tropeiros que seguiam a Vacaria, no início do século XX. Sua conclusão foi no ano de 1907 e mantem até hoje suas características originais: piso de madeira, estrutura metálica e pilares de pedra. A estrutura metálica veio da Alemanha e as treliças são compostas por perfis fixados apenas por rebites. Não há parafusos. A Ponte do Korff é considerada Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul.
Antes de voltarmos à vila de Criúva, mais uma pausa para fotografarmos a pequena gruta localizada às margens da estrada. A escadinha de acesso é de madeira e é escorregadia. O local é visitado por fiéis, que deixam flores e acendem velas em frente à imagem da santa.
Voltando à Criúva, seguimos até a rótula e tomamos o caminho à esquerda. As placas indicam o caminho até a Cascata da Mulada e ao monumento aos Irmãos Bertussi. Neste trecho, a estrada não é pavimentada, mas está em boas condições e a sinalização de indicação dos pontos turísticos é razoável.
Cerca de 7 quilômetros depois, chegamos a uma capelinha e um acesso, ao lado esquerdo, para uma propriedade particular com um camping, onde está localizada a Cascata da Mulada, uma queda d'água com 70 metros de altura. Como era final de tarde, não fomos até o final da trilha. Mas a visão impressiona, mesmo de cima. Há trilhas que contornam a cascata e tornam o passeio ainda mais emocionante.
Cerca de 3 quilômetros adiante da cachoeira, chegamos à comunidade de São Jorge da Mulada, onde está localizado o monumento e a antiga casa de Fioravante Bertussi, pai dos dois irmãos cancioneiros. Não por acaso, o local foi tema de várias músicas dos irmãos. O local é realmente inspirador.
O Monumento aos Irmãos Bertussi, que fica próximo à casa da família Bertussi, é imponente, proporcional à contribuição deles para a música tradicionalista gaúcha. O monumento é composto por plataformas ligadas por escadas. Sobre a plataforma mais alta, as estátuas dos irmãos cancioneiros e um obelisco. O memorial é aberto à visitação, diariamente, no horário das 9 às 18 horas. A casa histórica, que utilizada como museu, é aberta de sexta a domingo.
Além da história e das belas paisagens, Criúva também oferece o turismo rural, com suas pousadas em estilo colonial, trilhas e caminhadas noturnas com jantar na mata.
Depois deste passeio, seguimos pela VRS-315, por cerca de 10 quilômetros, até a cidade de São Marcos. O caminho é todo pavimentado e encontra-se em boas condições de conservação. De São Marcos, acessa-se a BR-116, de volta a Caxias do Sul.
E assim, encerramos nosso passeio. Para ver mais fotos, acesse a página do Viciados em Estrada no Facebook: https://www.facebook.com/viciadosemestrada/.
Até a próxima!
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